O setor de autopeças, que já enfrenta forte concorrência dos produtos importados, vai sofrer, a partir do dia 1º, com a elevação de seus custos tributários.
Norma publicada em junho do ano passado e que entrará em vigor no início do mês que vem prevê que, no caso das peças vendidas ao varejo independente (lojas e oficinas) no Estado de São Paulo, a indústria do segmento verá o IVA (Índice de Valor Adicionado) praticamente duplicar. Passará de 40% para até 79,6%. Em concessionárias, saltará de 26,5% para 62,29%, alta de 135%.
O IVA, que serve de base de cálculo para o ICMS-ST (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do regime de Substituição Tributária, é a margem de lucro presumida para um segmento. Ou seja, o governo estima que, se um produto sai da fábrica por R$ 100, chegará ao consumidor, nas lojas, depois de passar por distribuidores, por R$ 140.
Por esse regime, o tributo incide apenas na ponta inicial da cadeia produtiva, o fabricante, que recolhe o imposto por sua própria operação e também pelos outros elos do segmento.
CONSUMIDOR - A nova base de cálculo significará que, em vez de pagar R$ 7,20, o fabricante terá de arcar, para produto de R$ 100, ICMS-ST de R$ 14. Segundo a consultora Josefina do Nascimento, inicialmente, os lojistas que estão com estoques altos levarão vantagem sobre outros comerciantes, já que fizeram compras antes da entrada em vigor da medida. No entanto, considera que um dos efeitos certos da mudança será que os preços devem subir para o consumidor consertar o carro. O advogado tributarista Miguel Silva concorda e vê ainda impacto para os fabricantes. Isso dá margem para aumento da inflação e também para a desindustrialização.
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